Acreditamos que existe um conjunto de espíritos que moram no âmago da floresta. Esse conjunto de espíritos é chamado de Ajáà. Um desses espíritos e, talvez, um dos mais temidos é Aroni, que mora na parte mais escura da floresta, onde mesmo a luz do sol não consegue penetrar.
Acreditamos que ele guarda seus poderes… em um pedaço de carvão vegetal, o qual ele usa para potencializar as propriedades mágicas das ervas.
O conhecimento de Aroni acerca das propriedades mágicas e medicinais das folhas é gigantesco, prova disso, é que Aroni foi um dos mestres da botânica de Osanyin.
Aroni é temido até mesmo pelos Òrìsàs, primeiro pelo seu elevado conhecimento sobre a magia das folhas e, segundo, pelo seu aspecto inumano. Acreditamos que Aroni seja um espírito com cabeça e cauda de cachorro. Cremos, ainda que, em razão de Aroni sempre estar agachado à busca das ervas mais preciosas ele acabou ficando corcunda.Existem itãns que discorrem que quando alguém se atreve a entrar no âmago da floresta, sem oferecer as oferendas corretas e pronunciar os Ofós (palavras mágicas) corretamente, Aroni as toma para si.
Nesse âmbito, Aroni pega essa pessoa que passa a morar com ele na parte mais escura da floresta e, com ele, aprende os segredos mais poderosos das folhas, sendo novamente devolvido para o convívio com a humanidade, somente após ter aprendido o uso e magias de todas as ervas.
Aroni fuma constantemente um cachimbo feito com a casca do Igbin, o qual ele também usa para potencializar as propriedades das folhas e encantar as pessoas que se deparam com ele.
Àrònì o companheiro de Òsányìn
Aroni foi um jovem travesso que vivia pelo mundo e gostava de se esconder nas matas, próximo aos povoados. Sua grande diversão era acertar sua lança nas pessoas que passavam próximo ao local em que ele estava escondido, principalmente em seus olhos, para cegá-las.
O tempo foi passando e quase todas as pessoas do povoado já estavam cegas devido aos ataques de Aroni, mas ninguém conseguia detê-lo, já que era bem ágil e conseguia se esconder como ninguém. O povo sem muitas esperanças resolveu pedir ajuda aos orixás para conter os ataques de Aroni, até que o líder do povoado recorreu a Orunmilá para que o oráculo pudesse dar uma solução. O Adivinho lhe disse que se o povo fizesse um ebó, Aroni iria encontrar alguém pior do que ele, que iria detê-lo. Então, o líder do povoado, reuniu a todo seu povo e fez o ebó, seguindo as palavras de Orunmilá.
Então um belo dia nas matas Aroni passeava esperando pela sua próxima vítima, quando escutou um barulho, era Ogum em busca de seu irmão Oxóssi que estava prisioneiro de Ossain.
Aroni preparou sua lança e tentou acertar Ogum, mas o guerreiro fora mais rápido do que ele. Com sua espada, Ogum conseguiu deter Aroni e o levou até Ossain, onde entregou o jovem travesso na troca por seu irmão Oxóssi.
Como Ossaim era bastante solitário, aceitou a troca. E dali em diante, Aroni passou a ser o fiel companheiro de Ossain, de quem aprendeu o encanto das folhas e os segredos das poções mágicas. Aroni tornou-se também o mensageiro de Ossain, e por sua agilidade, corre por toda a mata, todas as noites, levando todas as informações do que vê a seu amigo Ossain.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
contato@ifaoma.com.br