terça-feira, 24 de maio de 2022

UM POUCO MAIS SOBRE IFÁ E OS ODUS




De acordo com a tradição Yorùbá, Ifá é um oráculo e o seu berço é Ilé-Ifè, com seu templo sediado em Òkètásè, próximo à casa de Àràbà – o maior sacerdote de Ifá entre todos os Yorùbà. O pai de Ifá, conforme essa mesma tradição, é Òrúnmìlà. O oráculo de Ifá e composto de 256 Odù-Ifá (pode-se entender cada Odú-Ifá como sendo um capítulo do Oráculo), entre os quais dezesseis são os principais. Esses Odù-Ifá são os seguintes em ordem hierárquica: Ejìobè, Oyeku, Iwori, Odi, Irosun, Owonri, Obara, Okonran, Ogunda, Osa, Ika, Oturupon, Otura, Irete, Ose e Ofun, segundo a escola de Ifè. Desses 16 principais Odù-ifá, nascem os Àmúlù ou Omo-Odù, para completar os 256 Odù-ifá. Cada um destes contém as mensagens que o oráculo revela ao Babaláwo ou sacerdote de Ifá.

Segundo Lijadu E. M., no livro Ifá, Imolè re: “Ifá são todas as palavras emitidas por Òrúnmìlà”.

Ifá testemunhou, ao lado de Olódùmarè, a criação das coisas do mundo e dos seres humanos. Portanto, Ifá e regente do mundo além e do mundo dos homens, ciente dos segredos, obstáculos e soluções dos malefícios humanos. Assim, Ifá inter-relaciona-se com os Òrìsà e manifesta=se nas ações e práticas religiosas dos Yorùbá.




As habilidades de Òrúnmìlà advêm de seus conhecimentos, pois, testemunhou, ao lado de Olódùmarè, a criação humana e do mundo. Assim, com toda a sua inteligência, sempre consegue que os seus pedidos sejam atendidos por Olódùmarè, porque sabe o quê e o momento exto de pedir a Olódùmarè.

Òrúnmìlà é chamado de Elèri-ipin (“a testemunha ou advogado do destino”). Este nome advém do seu duplo papel: de testemunha de todos os segredos ligados ao ser humano e daquele a quem o homem pode recorrer para interceder junto a Olódùmarè em seu benefício. De forma que os acontecimentos infelizes possam ser evitados, retificados ou eliminados.

Na realidade, a razão pela qual um homem deve adotar Òrúnmilá como sua divindade é assegurar-se de que a parte boa do seu destino seja preservada ou de que a parte má seja atenuada, ou mesmo, em algumas situações, totalmente destruída.

Outro dos seus títulos é Òkòtìrì, a-pa-ojó-ikú-dá (“o grande modificador que altera a data da morte”).

Desta forma é possível concluir que os conselhos de IFÁ, por meio dos ODUS, perfazem uma perfeita medicina espiritual que possibilita evitar acontecimentos infelizes, retifica-los ou elimina-los. Até mesmo adiar a morte.



Os sacerdotes de Ifá ocupam os lugares mais importantes na religião dos Yorùbá e nas crenças míticas. Òrúnmìlà, segundo os Babalawos, entregou Ifá aos seus filhos e discípulos quando viveu na Terra. O Ifá, contém os Odú-Ifá, que são livros divinatórios, em que cada Odú-Ifá contém seus caracteres específicos e Esè-Ifá próprios.

Esè-Ifá são versos em forma poética, que podem ser longos ou curtos. Esses Esè-Ifá são aqueles que os Babalawos estão perpetuando de geração para geração. Neles figuram não apenas todos os conhecimentos dos Yorùbá sobre o mundo, desde idades remotas até os dias de hoje, como também assuntos abstratos e filosóficos, além de observações sobre vários aspectos da natureza, como plantas, animais, rios, oceanos, lagos e outros.



CONSELHO DE ODU




De acordo com nossas crenças, quando estamos no céu (Orun) e desejamos vir para a terra (Aiyé), seguimos uma série de passos, que finalmente nos levam a Olodumare. Em frente a Olodumare, solicitamos tudo o que queremos fazer em a terra (aiye). Em outras palavras, antes de Olodumare, você solicita seu destino (Ayanmo). Olodumare (Deus) apenas nos ouve pacientemente e quando terminamos falar, Olodumare (Deus) nos dá a bênção. Não importa o que você escolheu, Olodumare (Deus) pode te dar um ou outro conselho, mas ele nunca te negará o que você mesmo pediu como destino. Nesse momento, há duas testemunhas do que você está solicitando: Orunmila e seu Anjo da Guarda (Orixá Alagbatori).

 

No entanto, o Corpus de Ifá nos diz que devido a uma sentença da Divindade do Infortúnio (Elenini), quando chegamos à terra (Aiyé), esquecemos tudo o que solicitamos antes de Olodumare, e, é por isso que viemos a este mundo sem ter a maior ideia remota do que pedimos.





APETEBI E AWOFAKAN DE ORULA

 


Mão de Orula (Awofakan nos homens e Ikofá nas mulheres)

A Mão de Orula é uma cerimônia de três dias onde você recebe seus primeiros Santos (Orixás) para aqueles que chamamos de "Guerreiros Sagrados" (Ajagun) que são Elegguá, Oggún, Oxóssi e Ozun, que são aqueles encarregados de cuidar de você e de sua casa e você recebe Orunmila e um sinal de Ifá, que nos diz tudo sobre você e seu destino.



O QUE É UMA AWOFAKAN?

Awofakan é o homem iniciado como mão de Orula. Para esta iniciação não há restrições quanto à orientação sexual. Awofakan é o primeiro passo do homem no culto de Ifá.



MAS, O QUE É UMA APETEBI DE ORULA?

As mulheres ao receber seu Ikofá Fun de Orunmila, se transformam em Apetebi de Orunmila, que significa que são esposas dele.

A saudação dos Babalawos e awoses para com elas é: Apetebi Iboru, Apetebi Iboya, Apetebi Ibosheshe.

A responsabilidade que assumem é que deverão estar à disposição para qualquer cerimônia de ifá que tenha seus padrinhos, para ajudá-los.




SANTEIRA DE LUCUMI PIMENTA

Iyapetebi Iyafá Valéria de Souza Guarany- Irete Mey, Omo Oshun Ominim Oni

A "Regra de Lucumí".


Santeria é uma religião que tem suas raízes na África, no que conhecemos hoje como Nigéria, parte do Togo e da República do Benin e mais especificamente, das tribos Yoruba, mesmo quando se encontram misturas de outros grupos étnicos.

Está religião vem para a América para o era da escravidão e começa a enraíza-se principalmente em Cuba e Brasil. Cuba e Brasil foram os países onde principalmente se enraizou e começou a expansão do nosso culto, sem contar que outros cultos como Voodoo (Vodun), saíram e se enraizaram no Haiti, parte de Cuba e Nova Orleans.



Na Regla Ocha/Ifá existem ritos e cultos de etnias como o "Arará", Egbadó, Iyesa, Oyo, Mandinga e até Conga. Em outras palavras, tanto Cuba quanto Brasil, eles serviram de caldeirão para a fusão de crenças e, portanto, nossa herança cultural dessas religiões africanas.

A origem da palavra "Lucumí", não é muito clara. No entanto, é um termo aplicado tradicionalmente aos escravos vindos da área Yorubá vendidos em um ou outro quartel na costa africana, sendo estes escravos preferencialmente obtidos por espanhóis e portugueses, que lhes deram tal designação. Mais tarde, a palavra lucumí passada tradicionalmente, como um selo de garantia para designar escravos que, por suas condições físicas e desempenho, eram preferidos nos mercados espanhol e português.

A origem da palavra Lucumí vem da saudação Yorubá "olukumi", que significa "meu amigo" e que os escravos usavam frequentemente cada.

As três regras que se mantêm como Lucumí, são as de Oyo, Iyesa e Egbadó. Em relação aos Arará, vieram os Magino, Ajikón, Kuebano e Sabalu.

A santeria é conhecida - no nosso caso - como Religião Ocha/Ifa ou Religião Yoruba, Religião Lucumí ou Religião Afro-Cubana, e hoje em dia, também é conhecido como Ifaismo ou Ifismo.

Para aqueles de nós que praticam esta Regra, o Corpus de Ifá é o livro em que tudo o que fazemos em termos religiosos, uma vez que são descritos não apenas nossos quadros de crenças, mas também todos os sacrifícios (Ebbó), cerimônias (Ayeye), tabus (Eewó), oferendas (Adimu) e por fim, tudo o que fazemos em nossa religião.



Em suma, "Santeria" é uma religião que busca o bem-estar geral de pessoas. Contemple este bem-estar como o conjunto de Saúde Mental, Saúde Emocional, Física e Saúde Espiritual.

O verdadeiro propósito da Religião dos Orixás: é levar-nos a uma vida plena, cheia de sucesso e prosperidade, com a ajuda de nossos Orixás e Ifá, que nos ajudará a superar os obstáculos que aparecem em nosso caminho, eliminando dualidades e nos dando o quadro completo para alcançar alcance-os. Em outras palavras, eles nos ajudarão a cumprir o destino (Ayanmo) que nós escolhemos no céu antes de Olodumare (Deus).








A IMPORTÂNCIA DA ÁPẸ̀TẸ̀BÍ E DA ÌYÁNÍFÁ

Olowo Paulo Pedro Erdibre - Ifá Omà- Omo Obatalá e sua esposa iyapetebi Iyafá Valéria de Souza Guarany- Irete Mey, Omo Oshun Ominim Oni


A esposa do Bàbáláwo chama-se Ìyápẹ̀tẹ̀bí. Um dos encargos da Ìyápẹ̀tẹ̀bí é zelar pelo Ifá do marido. Ela tem a grande responsabilidade de cuidar de seu Bàbáláwo, pois ela conhece seus ẹ̀wọ̀ (interditos, tabus) estabelecidos por Ifá, e que são os mesmos ẹ̀wọ̀ dela. Uma Ìyápẹ̀tẹ̀bí é escolhida por Ifá, e não precisa ser iniciada no culto de Ifá, do Òrìṣà (Orixá) ou qualquer outro culto e nem necessariamente ser de Ọ̀ṣun (Oxum). Ela passa por rituais específicos que começam com um Bàbáláwo e se encerram com outras Ìyápẹ̀tẹ̀bí.


A Ìyápẹ̀tẹ̀bí tem um papel especial nas cerimônias de Ifá e pode ter mais de um cargo no Ẹgbẹ́-Ifá (Templo de Ifá). A primeira Ìyápẹ̀tẹ̀bí de Òrúnmìlà foi Ọ̀ṣun, também chamada de Èèpódù ou Ìyánidù (Senhora com conhecimento em Odù).

Bàbáláwo Rodrigo Pinho - Odi She - Ifá Wade, Omo Oxossi Ati Elegua, e esposa Jéssica de Lima Pinho, Iyapetebi Iyafa, Ofun Meji, Omo Yemanjá Ati Obatala


Para os yorubás, Òrúnmìlà é uma das divindades que acompanharam Òrìṣànlá (o grande Orixá) na criação do Àiyé (mundo). Òrúnmìlà comanda o sistema divinatório conhecido pelo nome de Ifá. Esse é um dos oráculos comandados por ele. Devido à importância desse oráculo para o povo yorubá, Òrúnmìlà também é chamado de Ifá. Òrúnmìlà representa a sabedoria, pois ele tem o poder de interpretar as determinações de Olódùmarè (Deus).

Babalawo Wallace Pereira Alves - Irete Untelu - Ifá Lade Omo Ogum e sua esposa Iyápètèbi Iyánifa Marianna Alves, Outra Niko, Omo Ewá


Uma Ìyánífá não pode iniciar pessoas para Ifá, somente os Bàbáláwo (Babalaôs) podem fazer a iniciação. Elas apenas o auxiliam dentro do igbódù (lugar sagrado para iniciação). As mulheres podem ser iniciadas para Ifá e, após os ritos de iniciação, entrar no Igbódù, mas nem todas serão Ìyápẹ̀tẹ̀bí nem Ìyánífá. Muitas receberão cargos e denominações específicas, pois Ìyápẹ̀tẹ̀bí e Ìyánífá têm funções distintas no culto a Ifá.


A Ìyápẹ̀tẹ̀bí não joga Ọ̀pẹ̀lé Ifá e nem ikin ifá. Ela depende do seu próprio conhecimento para utilizar o Mẹ́rìndílógún (jogo dos 16 búzios) ou utiliza o Obì e o Orógbó para jogo. As mulheres que estudam e aprendem a prática de Ifá são chamadas de Ìyánífá (mulher que tem conhecimento sobre Ifá).

Babalawo Jeferson Lopes de Lima-Obara Wereko- Ifá Ori -Omo Obatalá e sua esposa Iyaletebi iyafá Quelle Vieira Balbino, Otura Meji, Omo Oxum


A Ìyápẹ̀tẹ̀bí é protegida pelo Ifá do seu marido, ela nunca perde seu cargo até mesmo quando morre, e parti, segundo a tradição para o Òrun (mundo espiritual).


Os yorubás acreditam que mesmo não estando mais nesse mundo, a Ìyápẹ̀tẹ̀bí passa a ajudar o Bàbáláwo aqui no Àiyé (nosso mundo). Ainda por esta tradição, um Bàbáláwo não se separa (divorcia) de sua Ìyápẹ̀tẹ̀bí. Perante Ifá, a Ìyápẹ̀tẹ̀bí e o Bàbáláwo têm um vinculo para toda vida.

ELEGUÁ, ELEGBARA, ELEGBA OU EXU

 



Eleguá, Elegbara, Elegba ou Exu, é um nome que foi cunhado em Cuba e há muitas teorias sobre isso, mas na verdade chama-se Exu. Hoje em dia, Muitas vezes Elegguá é chamado aquele que é entregue por Ocha e Exu para aquele que é entregue por Ifá, mas isso tem sua história.

Só para esclarecer,você não encontrará o nome Eleguá na África. Este nome é puramente cubana. O nome pode ter vindo de a degeneração da língua, que surgiu de uma cerimônia que Já não se faz há muito tempo, devido à era comercial em que vivemos.

Ele é um dos Orixás que são conhecidos como os Guerreiros Sagrados (Ajagun). Muitas vezes você também vai ler que Eleguá e Exu são personagens diferentes, onde Eleguá é benfeitor porque é propiciado pelos efeitos caridades de Obatalá ou Orunmila e que quando é Exu, é nada menos que -O diabo‖. Isso nada mais é do que um absurdo que herdamos do sincretismo e Expliquei-lhe a questão do inferno.

Para nós, afro-cubanos,Exu representa as flores de laranjeira do destino e é que brinca com os caminhos que devemos percorrer. Se você fizer como aconselhado por Ifá, Exu invariavelmente o ajudará no caminho de sua vida; se você não fizer isso, Você terá que pagar as consequências do SEU PRÓPRIO erro. Em suma, Exu não dói, pelo contrário, obriga a cumprir, o que é muito diferente. não jogue ele culpe Exu, pelo que é consequência de sua própria irresponsabilidade, como se usá-lo como bode expiatório o ajudaria de alguma forma. É por isso que Ifá nos ensina: Você pode se arrepender de seus erros, mas terá que enfrentar as consequências deles.

Exu representa o equilíbrio entre as coisas positivas e negativas. E, é precisamente Exu, o único mensageiro autorizado levar os sacrifícios (Ebbó) ao céu, para que Olodumare os sancione.

Não é um demônio, é nosso vigilante e irá recompensá-lo ou fazê-lo pagar de acordo com seu comportamento e obediência.

De fato, Eleguá ganhou méritos suficientes diante de Olofin, Obbatalá e Orunmila para ser o primeiro a ser atendido.

Eleguá/ Exu é o primeiro dos Orixás e porque ele é considerado como nossa primeira proteção, pois ele é o dono das estradas e abre ou ela se fecha à medida que nos comportamos na vida. Na Regra Ocha/Ifá, ele é o primeiro dos guerreiros (Ajagun) com Oggun, Oxóssi e Ozun. Tudo o que desceu do céu à terra foi acompanhado por um Exu e que inclui desde Orixás até nós seres humanos.

O número esotérico atribuído a Eleguá é três, que representa estabilidade, direção, sentido de atividade e sua conquista, todos representando a Eleguá/ Exu.

Suas cores mais comuns eles são vermelhos e pretos, no entanto, use vermelho, preto e branco. Por isso você vai ver do que o genérico colar de santo de Eleguá, é feito com contas vermelhas e preto alternado.


quarta-feira, 11 de maio de 2022

CONSULTA DE IFÁ, QUAL A SUA IMPORTÂNCIA




Ifá Afro-cubano é o sistema através do qual se processa a consulta pela " palavra que vem do céu" normalmente conhecida por adivinhação, utilizando-se como instrumentos de consulta o Opelé.

Em qualquer dos casos, o oráculo baseia-se nos dezesseis principais Odùs (caminhos), através dos quais Orunmilá relata as histórias e lendas nas quais os personagens normalmente enfrentam situações semelhantes aquelas expostas pelo consulente. Mas a escolha da história a ser narrada compete à Divindade.
Os dezesseis Odùs relacionam-se entre si (16 x 16), perfazendo um total de 256 caminhos ou diferentes possibilidades de destino.

No momento da consulta, Orunmilá indica o Odù que será suficiente para orientar as dúvidas do consulente e esclarece de que forma (positiva ou negativa) tal caminho está influenciando a vida da pessoa.

O Sacerdote interpreta então a fala da Divindade, estabelece os pontos principais que devam ser modificados e tratados para restabelecer a tranquilidade ou o bem estar do consulente. A partir daí, são definidas as oferendas, obras votivas a realizar para possibilitar a consecução do vaticínio, bem como aconselhar a respeito de atitudes ou comportamentos que facilitem obter o resultado pretendido, tendo em vista que o aconselhamento nunca é uma imposição e sim uma orientação espiritual para o melhor caminho.

Assim, por exemplo, quando um indivíduo se queixa de não conseguir emprego, mas insiste em continuar a laborar numa área onde o mercado de trabalho está completamente saturado, Orunmilá  pode esclarecer as suas dificuldades, recomendar os rituais necessários e aconselhá-lo a tentar outra profissão para a qual tenha aptidão, ou simplesmente aconselhar o consulente a deslocar-se para outra região onde seja mais simples conseguir ocupação. Por outras palavras, o Céu ajuda sempre, mas a pessoa também precisa entender que se faz necessário fazer a sua própria parte.

Os Odùs de Ifá são completos e absolutos; cada um deles possui um lado positivo e outro negativo, o Ing e o Iang, o masculino e o feminino e assim por diante, tal como tudo o mais no Universo.

Não existe Odú melhor que outro; dependendo das circunstâncias, o melhor deles pode transformar-se no pior, ou vice-versa.

O QUE É IFÁ, QUEM É ORUNMILA



Ifá, um sistema de adivinhação que tem sua origem na etnia iorubá,que habita principalmente o sudoeste da Nigéria.

De acordo com a tradição yorùbá, Ifá é um òrìá importante, pois era chamado periodicamentes por Ôlodùmaré, para que, com sua sabedoria, conserta o mundo. 

Para os yorùbá, Ifá é quem conhece a alma humana, a nossa vida e o que viemos fazer neste mundo. Ele é também um meio de se chegar aos òrìşás e obter suas bênçãos. É por meio da adivinhação de Ifá que podemos saber o que desejam os òrìşás, como os homens devem se comportar e  como nos proteger das forças maléficas. No culto de origem africana a importância de Ifá na Nigéria, no Benin, no Togo, em Cuba e países circunvizinhos, sendo também praticado no Brasil.onde a diáspora africana se fez presente. 

Este oráculo  inclui os versos de Ifá, por meio de cada Odù,  a caída dos odù e a dos òrìşás que correspondem nessa caída, formando a impressão do odù, com a indicação do odù, na adivinhação do oráculo de Ifá e a magia correspondente a cada odù. 

Sabe-se que o Ifá é muito antigo, embora sua idade exata seja desconhecida. Entre as etnias africanas listadas acima, ele é amplamente praticado e muito popular. 

Nas Américas e na Europa, sua prática ainda é restrita a alguns poucos que tiveram sua iniciação no sistema, muitas vezes na África mesmo. No entanto, ele é reconhecido como a base dos oráculos usados pelas religiões de matriz africana.de Ifá apresenta uma filosofia própria, que leva as pessoas a formarem a consciência de si e que dirige a vida social e religiosa da comunidade.

Desde 2005, a unesco acrescentou ao Património Cultural Imaterial da Humanidade. Jogo é praticado há mais de 6 mil anos.

Oráculo de Ifá corresponde a 256 odús correspondendo cada um a uma série de itã (lendas) Cada odu é formado por um conjunto constituído por duas colunas verticais e paralelas de quatro índices cada. 

Cada um desses índices compõem-se de um traço vertical ou de dois traços verticais paralelos que o Bàbàlàwo traça no pó (ierossum) espalhado sobre um tabuleiro de madeira esculpida (Opom-ifá) à medida em que vai extraindo os resultados pela manipulação dos cocos de dendezeiro ou iquim-ifá.

O Ifá, portanto, é um sistema altamente complexo que, ultrapassando sua função divinatória, não apenas inclui literatura, artes visuais, matemática e filosofia, como também as articula. 

Uma certa combinação matemática, registrada sobre um objeto de arte imediatamente remete a uma série de poemas que contêm histórias nas quais a filosofia de Ifá se faz presente. 

Por isso mesmo é algo de extremo interesse. Isso porque, ele intervém na relação entre o mundo sobrenatural céu (orún) e o mundo humano terra (àiyé). Nós trazemos uma grande bagagem ancestral, e devido a isso, por mais que tentamos não conseguimos "dar" certo na vida, seja no âmbito emocional, material, mental ou espiritual.

Embora Orumilá não seja de fato Ifá, a associação íntima existe, porque ele é o que conduz o sacerdócio de Ifá.

Ele é reconhecido como "Ibiqueji Olodumarê" (segundo só a Olodumarê (Olorum, Deus)) e Eleri Ipim (em iorubá: Èléri Ípìn; testemunha da criação).

É a Divindade Suprema conhecedora de todos os segredos e destinos da vida do ser humano, o Orixá da Sabedoria. Nele está contidas todas as respostas do seu destino. Orunmilá através do "Jogo de ifá vai indicar a origem do seu "problema", como solucioná-lo e que caminho seguir dali para frente.

Orunmilá o dono de todas das sabedorias, que vai levar até nós todas as bondades da vida.

Orunmilá, é o princípio da intuição, da premonição, os sentidos do espírito, o olhar que conhece o futuro, pois é ele quem conhece todos os destinos odus, cabeças oris e caminhos.

Ele diz a Exu que movimente suas palavras até os búzios, indicando que orixá esta regendo uma pessoa, o porque, e com que destino, pois tem o conhecimento desde o começo do mundo.

A importância de Orunmilá é tão grande que conclui-se que se um homem fizer algum tipo de pedido ao todo poderoso Olorum, Deus, o Senhor dos Céus, esse pedido só poderá chegar até Ele através de Orunmilá e, ou EXÚ a quem são somente eles dois dentre todos os Orixá os que têm a permissão, o poder e o livre acesso concedido por Olorum de estar junto a Ele, quando assim for necessário.
Orunmilá é o senhor dos destinos, é quem rege o plano onírico, sonhos, é aquele que tudo sabe e tudo vê em todos os mundos que estão sob a tutela de Olorum, ele sabe tudo sobre o passado, o presente e o futuro de todos habitantes da Terra e do Céu, é o regente responsável e detentor dos oráculos, foi quem acompanhou Oduduá na criação.  

Orunmilá sabe e conhece o destino de todos os homens e de tudo o que têm vida em nosso mundo, pois ele está presente no ato da criação do homem e sua vinda a Terra, e é neste exato instante que Ifá determina os destinos e os caminhos a serem cumpridos pôr aquele determinado espírito.

É por isso que Orunmilá tem as respostas para toda e qualquer pergunta lhe é feita, e que ele têm a solução para todo e qualquer problema que lhe é apresentado, e é por esta razão que ele têm o remédio para todas as doenças que lhe forem apresentadas, por mais impossível que pareça ser a sua cura.
 comemora-se o dia de Orunmilá em 4 de outubro.

Na geopsicologia de Orunmilá compreendemos que os afetos estão intimamente relacionados com os modos de habitar a existência. Essas formulações partem de um pressuposto básico da filosofia de Orunmilá, todos os seres vivos são formados pelos elementos da natureza. Em outros termos, esses elementos são espécies de afetos que compõem o ori. Em outras palavras, água, fogo, terra e ar são os ingredientes constitutivos do ser humano, por meio da combinação específica das categorias de um ou mais elementos encontramos a chave de leitura do temperamento, personalidade e base comportamental de cada pessoa. Cada elemento é uma espécie de afeto e possui uma quantidade específica de categorias.

Na geopsicologia de Orunmilá, amar e ser uma pessoa amada são indispensáveis para viver em harmonia consigo. Ora, não significa ausência de sofrimento; mas, as condições necessárias para manejar os acontecimentos mais difíceis e ter o sentimento de gratidão genuína diante da beleza terna das alegrias.

Orunmilá influencia na vida do ser humano acrescentando a formação do caráter  através, da filosofia de Ifá. Orunmilá é a bússola que conduz e orienta o destino dando equilíbrio na vida do ser humano em todos os sentidos.

DO CULTO DOS ORIXÁS

 


A Regra Ocha/Ifa, conhecida também como a Regra Lucumí é aquele onde Orixas e Babalawos trabalham juntos. Deste majestoso panteão, passamos a analisar:


Obbatalá


Na hierarquia dos Orixás, é quem defende a mais alta autoridade e incorpora a criação do homem ordenado por Olodumare. Obbatalá foi um dos seres primordiais (Irunmole) criado por Olodumare, ele veio à terra e se tornou Orixá. Este Orixá gosta de tudo limpo, branco e puro. Dentro um de seus Avatares ou "Caminhos", Obatalá é aquele que molda a cabeça dos seres humanos (Obatala Ayala). É por isso que se diz que ele é o dono das cabeças, mas isso é para construí-las, não para governá-los. Obatalá é o criador da terra e escultor do ser humano, desde uma História (Patakí) conta-nos como Olodumare confiou a tarefa de criar o ser humano Obatalá.


Ochún


Ochún, é mais um dos Orixás Pilares da religião. Ochun representa o Orixá do Amor e o sensualidade dentro do panteão iorubá. Isso é  por isso que ele é visto como um símbolo do coqueteria, graça e sexualidade feminino. Para qualquer problema de amor crentes vêm a ela em busca de ajuda. Também protege durante a gravidez deficiente e/ou difícil e toda a área abdômen em geral. O elemento da natureza ao qual está ligado Tradição afro-cubana, é para os rios. É o Orixá do rio próprio nome e seu principal culto é em Osogbo e Ekití.


Yemayá


Yemayá, na natureza é simbolizada pelas ondas do mar, de modo que sua dança se assemelha ao seu movimento. Orixá que representa o princípio materno maior Universal. Considerada a mãe de todos os Orixás. Orixá Cabeça e mais um dos Quatro Pilares da religião afro-cubana. Os caracóis nascem do mar e é porque isso que dentro da religião é junto com seus filhos caracóis verdadeiros. Há figuras esculpidas em madeira que a representam como uma bela grávida, cheio de vida, com seios muito grandes. Esta imagem também simboliza a fertilidade que lhe permitiu ser a mãe de todos os Orixás.


Changó 

         

Changó é o Orixá que consagra como um dos  Orixá compõem os Pilares da religião. Os quatro Pilares dos Orixás são Obbatalá,Yemayá, Ochún e Changó. Esses Orixás foram introduzidos para receber como obrigatório dentro das consagrações de Ocha junto com o Orixá Alagbatorí, de Dona Rosalía Abreú Efunshe. Pois bem, há certos Orixás do nosso panteão, que não podem ser consagrados diretamente, por diversos motivos. Muitas vezes você vai ler que esses Orixás são tão grandes que não podem ser consagrados diretamente, porque nenhuma cabeça poderia suportá-los. A realidade é que as consagrações desses Orixás não chegaram nem se perderam no tempo e é feita uma consagração especial, usando um desses quatro Pilares dos Orixás.


Chango foi o Terceiro Rei de Oyo. Changó foi um rei guerreiro e os generais de Ibadan o amava. Changó introduziu as formações de batalha e graças ao suas conquistas, o império iorubá se expandiu muito. Ficou famoso sobre tudo devido à introdução da cavalaria de guerra, que teve um papel essencial na construção do império. Diz-se que Changó possuía tal perfeição física, que passou a representar a beleza viril. Seu nome em Yorubá é guerra, problemas ou soluções, tudo bom e ruim. Dentro da religião Yoruba é o santo mais popular, o rei da fertilidade, rico, dançarino, cartomante, irritável, corajoso, sábio, bem-humorado, músico e especialista em ervas. se destaca em tudo que lida com Diz-se que para Changó não há estrada fechada.


Ele foi o primeiro dono e intérprete do oráculo de Ifá e depois mudou o Ashé da adivinhação com Orunmila pela dança. Por isso é muito importante no culto de Ifá para os Babalawos e razão pela qual os filhos de Changó Babalawos têm uma mão de Ikines consagrada dentro de Changó. Ele também é um adivinho intérprete do oráculo do Diloggun e o de Biague (Coco). Chango representa e tem uma relação especial com o mundo do Eggun. Changó é irmão de coração (Okanini) de Babalú Ayé, onde Changó come primeiro quando coroado este Orixá, pois foi Chango quem o ajudou a curar suas pragas. Também é inseparável de Elegguá, com quem fala de madrugada. Diz também que ele vive nas árvores que têm Curujey (Afomá). Ele recebe o nome de Eletimo, que significa “dono do conhecimento e do Olho Brilhante”. Luta do coroa da árvore Jagüey macho e dela salvou Oduduwa com seu cetro, quando seus inimigos o perseguiram. Chango tem três mensageiros que são trovões (Araúa), relâmpago (Mana-Mana) e escuridão (Birí Aimeyé).


Ozaín


Ozaín é Igbamole e veio ao mundo por mandato de Olodumare. Orixá dono da natureza, ervas e montanha. Ele tem poderes mágicos, ele é o deus da medicina. Ozain significa conhecimento sobre a origem e continuidade dele. A presença de Ozaín é muito importante na prática da religião iorubá e das religiões africanas, já que nada pode ser feito em nossa religião, se não temos esta divindade e acima de tudo suas pedras, plantas e animais. Ozaín é o primeiro curador e, ao mesmo tempo, aquele que dá o Ashé de Olofin a todos os Orixás, sem Ozaín não é pode fazer qualquer coisa na regra de Ocha; sem colares, sem banheiros, sem comida, sem nada. Está presente em todo Ebbó.


Naná Burukú


Ela é um grande Orixá dos descendentes das tribos Arará. divindade misteriosa que pertence à casta de Olokun, companheiro de Oduduwa. Seu nome significa Nascimento e lua, aquela que ilumina a terra nas noites. Ela é a criadora do Panteão iorubá. Neste caminho nasceu o rancor em direção a Ogum. Quando o mundo foi criado estava lá iluminando as noites, fazendo que estes eram menos sombrios e tenebroso junto com Aggayú, que iluminou o dia. Nana vive sob o água da mesma forma que na terra, mas é conhecida como Madre del Agua, lagoas, rios, nascentes, represas, poços; em suma, Mãe de água doce. este santo é muito pouco conhecido entre os crioulos, por causa dos adoradores deste santo, Muito poucos vieram a Cuba.


Orisha Oko


Orixá dono da terra, agricultura e colheitas, padroeiro dos agricultores. Provém do território Saki, a oeste de Òyó. Orixá Oko é considerado árbitro no disputas entre os Orixás principalmente aqueles que ocorrem entre as mulheres. em testes dos Orixás é o Juiz. É muito trabalhador e casto, embora seus testículos pendem ao chão (que faz alusão à sua Nome). Este Orixá garante prosperidade da terra e as abelhas são seus mensageiros. As abelhas são o símbolo do caráter de sua crianças, trabalhadores e organizações organizadas e assemelhar-se a estes ao escolher as pessoas que os cercam. As abelhas também são um símbolo de sabedoria e organização. As mulheres estéreis recorrem a este Orixá.


Oyá


Oyá, Yansa, Iyansan, Orixá que representa e Ela é dona dos Ventos. Também representa a Centella, com a qual ilumina o objetivo do pedras que Changó atira, conhecidas como pedra relâmpago ou belemitas, que são relâmpagos em si ou representa o seu impacto. Isso mostra como as esposas dos Orixás complementam Seus poderes. Quando ele está calmo, ele é um camponesa, trabalhadora, afetuosa, doce e preocupado. Mas quando ela está brava e desenfreado é terrível, pois tem os atributos de guerra de Oggun e Changó. Como tempestades e tempestades, Oyá tende a ser violento e impetuoso. O Corpus de Ifá a identifica como o Orixá complementar de Changó e por isso você sempre verá que se diz que Oyá sempre acompanha Changó em suas guerras.


Na culto Ifá Cubano, destaca-se a importância da ligação entre o Orixa e o iniciado, a que destacamos as brilhantes palavras do Babango de Ifá Rafael Zamora Dias: “O importante é que estejam sempre juntos.


Cumpre destacar que nunca se deve pedir coisas ruins aos Orixás, pois isto é uma titude condenável e desrespeitosa, que pode provocar a sua fúria e resultar em severas punições.


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